Por Telesur
A Flotilha Global Sumud (GSF), composta por 50 embarcações que transportam ajuda humanitária para Gaza, informou na terça-feira que foi alvo de nove ataques de drones contra cinco navios que navegavam no Mar Mediterrâneo ao sul da ilha grega de Creta.
O jornalista espanhol Néstor Prieto, que está a bordo da flotilha, relatou que eles ativaram um protocolo de drones depois que cerca de vinte drones começaram a sobrevoar a flotilha.
Prieto relatou que, inicialmente, os drones realizavam tarefas de vigilância, realizando varreduras em diferentes altitudes. No entanto, os ataques começaram logo depois, com pelo menos nove impactos documentados em vídeos postados nas redes sociais.
📌La Global Sumud Flotilla, compuesta por 50 embarcaciones con ayuda humanitaria para #Gaza, ha denunciado estar siendo atacada con drones al sur de Creta. Una veintena de drones comenzó a sobrevolar la flotilla, activando el protocolo de emergencia y reportando al menos nueve… pic.twitter.com/yq3pxKCnSg
— teleSUR TV (@teleSURtv) September 24, 2025
O jornalista observou que os ataques parecem seguir um padrão de guerra psicológica, com bombas sonoras detonadas no ar e na água, projetadas para intimidar e desativar embarcações em vez de causar danos letais.
O ataque mais recente teria causado danos aos mastros de um dos navios, embora as informações ainda não estejam claras devido à interrupção das telecomunicações da frota, o que exige que eles mudem constantemente os canais de rádio, de acordo com Prieto.
Embora a origem dos drones seja atualmente desconhecida, o padrão dos ataques aponta para Israel ou grupos afiliados, informou o jornalista. Às 2h27, horário local da Grécia, os drones continuavam a sobrevoar embarcações, incluindo o Al Awda .
“Nossa determinação está mais forte do que nunca. Essas táticas não nos impedirão de cumprir nossa missão de entregar ajuda a Gaza e romper o cerco ilegal. Qualquer tentativa de nos intimidar apenas fortalece nosso compromisso. Eles não nos silenciarão. Continuaremos navegando ”, declararam os participantes da flotilha nas redes sociais.
Nos últimos dias, o GSF denunciou que Israel intensificou sua campanha para difamar e criminalizar a missão humanitária, rotulando-a falsamente de “ameaça à segurança” e vinculando-a ao Hamas para justificar potenciais ataques.
Explosions, unidentified drones and communications jamming. We are witnessing these psychological operations firsthand, right now, but we will not be intimidated. The lengths to which Israel and its allies will go to prolong the horrors of starvation and Genocide in Gaza are… pic.twitter.com/NHuk38yrMl
— Global Sumud Flotilla Commentary (@GlobalSumudF) September 23, 2025
A flotilha, composta por mais de 500 voluntários de 44 países e liderada por ativistas como Greta Thunberg e Ada Colau, rejeitou essas acusações, afirmando que seu objetivo é entregar ajuda a Gaza de forma transparente e não violenta, apoiada pelo direito internacional e pelas decisões do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) que obrigam Israel a facilitar a assistência humanitária.
Apesar das tentativas de deslegitimá-la, a missão reafirmou seu compromisso de quebrar o bloqueio ilegal e apoiar um povo que sofre com bombardeios, fome e deslocamento em massa.
Recentemente, a flotilha enfrentou dois ataques de drones não identificados em águas tunisinas: o Alma, de bandeira britânica, sofreu danos causados por incêndio no convés superior, e o Family Boat, de bandeira portuguesa, foi atingido no convés principal e no depósito, mas sem vítimas.
Flotilhas da Liberdade: a história de solidariedade e ataques de Israel
A Flotilha Global Sumud é a mais recente de uma série de iniciativas de cidadãos que tentam romper o bloqueio naval israelense de Gaza desde 2008. No início deste ano, em julho, forças navais israelenses atacaram o Handala desarmado em águas internacionais, transportando suprimentos vitais que foram apreendidos de forma violenta e ilegal.
Apenas um mês antes, o navio Madleen sofrera o mesmo destino, quando a marinha sionista o invadiu, confiscou seus suprimentos e deteve seus 12 ativistas. Enquanto isso, em maio, o navio Conscience foi atacado por drones perto das águas maltesas, impedindo-o de continuar sua viagem.
Esse histórico de ataques define o que pode acontecer com muitos desses navios, e o que os últimos ataques confirmam: Israel está determinado a atacar essas embarcações humanitárias.
O precedente mais trágico remonta a 2010, quando comandos israelenses atacaram a Flotilha da Liberdade em águas internacionais, resultando na morte de nove ativistas. Missões subsequentes em 2011, 2015 e 2018, embora não tenham conseguido chegar à costa de Gaza, mantiveram a pressão internacional sobre o cerco e colocaram a questão na agenda da mídia global.