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Ferrari e obras de arte são apreendidas em operação da PF contra fraudes no INSS

por Felipe Rabioglio
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A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (12) uma megaoperação contra fraudes bilionárias no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Durante as buscas, agentes apreenderam uma Ferrari, um carro de Fórmula 1, relógios de luxo, dinheiro vivo e dezenas de obras de arte em endereços de Brasília e São Paulo.

Dois alvos centrais da investigação foram presos: Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti. Ambos são apontados como figuras-chave no esquema de desvio de recursos de aposentadorias e pensões. Além das prisões, a PF cumpriu 13 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça.

De acordo com a investigação, Antunes atuava como lobista e facilitador do esquema, chegando a transferir R$ 9,3 milhões para pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024. Já Camisotti seria sócio oculto de uma associação usada para desviar valores de aposentados e pensionistas.

As fraudes funcionavam por meio da criação de entidades de fachada, muitas vezes em nome de idosos ou pessoas de baixa renda. Essas associações cadastravam beneficiários sem autorização, falsificavam assinaturas e inseriam descontos indevidos diretamente nos contracheques. Em alguns casos, aposentados chegaram a ser filiados a mais de uma entidade no mesmo dia, com erros idênticos de grafia nos formulários.

A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que servidores do INSS recebiam propina para liberar os cadastros fraudulentos. A investigação começou em 2023 dentro da CGU, que repassou os indícios de crime à PF no ano seguinte.

Um carro de Fórmula 1, relógios de luxo, dinheiro vivo e dezenas de obras de arte foram encontrados em endereços de Brasília e São Paulo na operação da PF (Foto: Polícia Federal)

Operação da PF

Também houve buscas na casa e no escritório do advogado Nelson Wilians, em São Paulo, onde foram apreendidas obras de arte. A defesa afirmou que ele tem colaborado com as autoridades, que sua relação com um dos investigados é apenas profissional e que valores transferidos se referem à compra de um terreno vizinho à sua residência.

Os advogados de Camisotti classificaram a prisão como arbitrária e disseram que irão recorrer. Já a defesa de Antunes informou que tentará sua liberdade.

A CPMI do INSS, que já havia aprovado pedido de prisão preventiva dos dois investigados, afirmou que manterá o cronograma de depoimentos e solicitará ao STF a oitiva dos detidos. A PF, no entanto, declarou que as prisões desta sexta-feira não têm relação direta com a comissão parlamentar.

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