ouça este conteúdo
00:00 / 00:00
1x
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou, na quinta-feira (11), ter revisado as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação em 2025, indicando um cenário de crescimento mais modesto, mas com sinais de melhora nas contas públicas. A estimativa para o PIB recuou de 2,5% para 2,3%, enquanto a projeção de inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi levemente ajustada de 4,9% para 4,8%.
A revisão foi motivada pelo desempenho aquém do esperado da economia no segundo trimestre, especialmente após a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano — o maior patamar desde 2006.
Segundo o Boletim Macrofiscal, a política monetária mais restritiva adotada pelo Banco Central impactou negativamente a atividade econômica, forçando a pasta a revisar seus números anteriores, divulgados em julho.
Além do PIB e inflação, déficit menor
Apesar do crescimento mais tímido, a SPE reduziu a previsão de déficit primário do governo central para 2025, passando de R$ 72,1 bilhões (em julho) para R$ 69,99 bilhões. É o menor valor projetado desde janeiro de 2024 e mantém o déficit dentro da margem de tolerância prevista pela nova regra fiscal.
Excluindo o pagamento de precatórios — estimado em R$ 48,6 bilhões —, o resultado primário previsto é de um déficit de R$ 26,3 bilhões. Isso deixa uma folga de R$ 4,7 bilhões em relação ao limite inferior da meta fiscal, que permite um déficit de até R$ 31 bilhões (0,25 ponto percentual do PIB). Segundo o boletim, “não será necessário lançar mão de novos contingenciamentos”.
O mercado financeiro também mantém a expectativa de cumprimento da meta fiscal. A mediana das projeções aponta um déficit de R$ 21,36 bilhões para 2025, abaixo do limite permitido, o que reforça a percepção de controle sobre as contas públicas.
Arrecadação maior
Outro ponto positivo destacado no relatório foi o aumento das projeções de receita: a arrecadação federal para 2025 subiu de R$ 2,87 trilhões para R$ 2,88 trilhões, e a receita líquida passou de R$ 2,31 trilhões para R$ 2,32 trilhões. Já a despesa total do governo central permanece estimada em R$ 2,39 trilhões desde junho.
Para 2026, as expectativas também são de melhora: o déficit primário projetado caiu de R$ 89,37 bilhões para R$ 81,82 bilhões. A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) deve seguir em trajetória de desaceleração, com previsão de 79,74% do PIB em 2025 (ante 80% anteriormente) e de 83,80% do PIB em 2026 (redução de 0,30 ponto percentual).