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Estudo revela como mulher espanhola chegou aos 117 anos

por Felipe Rabioglio
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Um estudo internacional acaba de lançar luz sobre o que pode ter permitido que Maria Branyas Morera, reconhecida como a pessoa mais velha do mundo até sua morte em agosto de 2024, alcançasse os 117 anos de idade. Pesquisadores espanhóis analisaram em detalhe o genoma da supercentenária e apontaram uma combinação rara: predisposição genética favorável somada a um estilo de vida equilibrado.

O trabalho, publicado na revista científica Cell Reports Medicine, reuniu amostras de sangue, saliva, urina e fezes de Branyas para comparação com o DNA de outras 75 mulheres ibéricas. Segundo os especialistas, parte da explicação está em variantes genéticas que a protegiam contra doenças cardíacas, cognitivas e metabólicas. A outra parte vem de escolhas diárias: dieta mediterrânea, exercícios moderados e ausência de hábitos nocivos como álcool e tabaco.

“Ela foi uma pessoa de sorte desde o início, e teve um bônus extra ao longo da vida”, afirmou o pesquisador Manel Esteller, do Instituto Josep Carreras, em Barcelona, que liderou a investigação.

Entre os hábitos que chamaram atenção, destacou-se o consumo de três porções diárias de iogurte, prática que pode ter ajudado a preservar um microbioma intestinal semelhante ao de pessoas muito mais jovens. Além disso, Branyas mantinha uma rotina ativa até idade avançada, caminhando cerca de uma hora por dia.

Do ponto de vista genético, os cientistas identificaram variações ligadas à função imunológica, à eficiência no metabolismo de gorduras e à saúde cerebral. Esses fatores, em conjunto, parecem ter protegido a espanhola contra enfermidades comuns na velhice durante os anos.

Maria Branyas Morera, reconhecida como a pessoa mais velha do mundo até sua morte em agosto de 2024, chegou aos incríveis 117 anos de idade (Foto: Reprodução)

Especialista fala sobre chegar aos 117 anos

Para Claire Steves, professora de envelhecimento do King’s College London, que não participou do estudo, os achados são relevantes, mas devem ser interpretados com cautela. “Quando você está olhando para apenas uma pessoa, não pode ter certeza se o que está vendo é apenas sorte ou se a relação é realmente clara.” afirmou Steves.

O estudo reforça a ideia de que envelhecer não precisa estar, necessariamente, associado à perda de qualidade de vida durantes os anos. “A saúde debilitada na velhice não é inevitável. Ela surge devido a mecanismos biológicos… é algo que podemos mudar”, explicou Steves.

Os cientistas esperam que a identificação desses genes e proteínas ajude, no futuro, no desenvolvimento de medicamentos que favoreçam um envelhecimento mais saudável. “Nosso objetivo não deve ser viver todos até os 117 anos. O que queremos é tentar reduzir o tempo em que estamos doentes e sofrendo ao máximo possível. E é isso que esta senhora parece ter feito, além de viver por muito tempos”, concluiu Steves.

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