Os acionistas da Tesla aprovaram na quinta-feira (6) um pacote de remuneração de US$ 1 trilhão (R$ 5,35 trilhões) para o CEO Elon Musk — o maior já concedido a um executivo na história corporativa. O acordo, válido por dez anos, encerra semanas de intensa campanha conduzida por Musk, pelo conselho de administração e por uma base fervorosa de investidores de varejo, que transformaram a votação em um plebiscito sobre o futuro — e o poder — do bilionário.
Com o novo plano, Musk, já considerado o homem mais rico do mundo, poderá se tornar o primeiro “trilionário”, ampliando sua participação na montadora para cerca de 25% das ações.
Para isso, precisará cumprir metas ousadas, como elevar drasticamente o valor de mercado da Tesla, revitalizar o negócio automotivo e transformar promessas de inteligência artificial e robôs-táxis em realidades lucrativas.
A proposta foi aprovada por cerca de 75% dos acionistas, reunidos em assembleia em Austin, Texas — um resultado que reflete tanto a influência de Musk sobre o público investidor quanto o fascínio persistente por sua visão futurista.
Elon Musk: entre ambição e dependência
A votação também encerra um período de tensão dentro da Tesla. Musk havia insinuado que poderia se afastar da liderança ou reduzir sua dedicação à montadora caso não obtivesse um grau maior de controle.
O resultado da assembleia, portanto, funciona como um voto de confiança — e de dependência: os investidores parecem dispostos a conceder ao executivo o poder e o capital que ele diz precisar para “salvar a civilização”.
O desafio agora é transformar o carisma em desempenho. A Tesla enfrenta concorrência crescente, margens de lucro em queda e metas quase quiméricas em seus projetos de veículos autônomos e robótica.
Apesar do cenário, as ações da empresa subiram 14% em 2025, ligeiramente abaixo dos 16% do índice S&P 500 — um sinal de que o mercado, por enquanto, ainda acredita em Elon Musk.