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Diretor da Abin afirma que PCC ameaça estabilidade do país

por Bia Abramo
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Por Cleber Lourenço

Durante audiência reservada da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), realizada nesta quarta-feira (5), o diretor de Inteligência Interna da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Esaú Samuel Lima Feitosa, afirmou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) é “o maior case que a gente tem no país” e “sem sombra de dúvidas, hoje o grupo que mais afeta a nossa estabilidade enquanto país perante a comunidade internacional, perante outros atores”. A fala resume o diagnóstico mais grave apresentado pela Abin sobre o papel das facções na segurança nacional.

O diretor de Inteligência Interna da Abin, Esaú Samuel Lima Feitosa (Foto: Divulgação)

Feitosa explicou aos parlamentares que o PCC ultrapassou há muito tempo o âmbito prisional, articulando-se em redes que combinam logística, financiamento e influência internacional. Ele destacou que a atuação da facção já projeta reflexos sobre a imagem do Brasil no exterior e que o país precisa tratar o tema como um problema de Estado, não apenas de segurança pública. O diretor insistiu que a estrutura de comando do grupo, a amplitude de suas conexões e o poder econômico consolidado o colocam em posição de desafiar o Estado brasileiro em diferentes frentes.

Para Abin, PCC é problema de Estado

O coordenador-geral de Análise de Conjuntura da Abin, Pedro de Souza Mesquita, também participou da audiência e apresentou observações técnicas sobre o cenário descrito por Feitosa. De acordo com o registro, Mesquita abordou o impacto do crime transnacional e as limitações enfrentadas pelo sistema de inteligência. Ele observou que a legislação atual restringe o acesso da Abin a determinadas informações e ferramentas, o que compromete a capacidade de acompanhamento de ameaças complexas.

Mesquita reforçou a necessidade de aprimorar a integração entre os órgãos de inteligência e segurança, destacando que a cooperação institucional é essencial para antecipar movimentos de facções com atuação em mais de um país. O coordenador-geral também fez referência à importância de modernizar os instrumentos de análise e processamento de dados, para acompanhar o avanço tecnológico das organizações criminosas.

As falas de Feitosa e Mesquita convergiram em um ponto central: o reconhecimento de que o PCC se tornou a maior ameaça à estabilidade interna do país e um problema de reputação no exterior. Ambos apontaram que o Estado brasileiro precisa fortalecer a atuação coordenada entre inteligência e investigação, além de promover mudanças legais que tornem possível reagir a um crime que já opera em escala global.

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