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Da Agência de Notícias do IBGE
A taxa de desemprego do trimestre móvel encerrado em setembro de 2025 caiu para 5,6%, repetindo a menor taxa da série histórica que teve início em 2012. Frente ao trimestre móvel de abril a junho (5,8%), a taxa recuou 0,2 ponto percentual (p.p.). Comparada ao trimestre encerrado em setembro de 2024 (6,4%), o indicador caiu 0,8 p.p. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (31) pelo IBGE.
No trimestre, a população desocupada caiu para seu menor contingente desde o início da pesquisa, em 2012: 6,045 milhões, recuando nas duas comparações: -3,3% (menos 209 mil pessoas) no trimestre e -11,8% (menos 809 mil pessoas) no ano. O total de trabalhadores do país fiou estável, em 102,4 milhões, ainda em patamar recorde, enquanto o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) ficou em 58,7%. Já o número de empregados com carteira assinada renovou seu recorde, chegando a 39,229 milhões.
A taxa composta de subutilização caiu para 13,9%, a menor da série histórica da PNAD Contínua. Os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas recuaram para 4,535 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em abril de 2016.
A força de trabalho potencial recuou para 5,2 milhões, menor número desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015. Durante a pandemia, no trimestre de maio a julho de 2020, esse indicador havia chegado ao seu auge:13,8 milhões. Já a população desalentada caiu para 2,637 milhões, depois de ter atingido seu maior valor (5,829 milhões) no trimestre de janeiro a março de 2021.
Para Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, “o nível da ocupação em patamares elevados nos últimos meses, indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025”.
Desemprego aumenta no Comércio e Serviços domésticos
Embora a população ocupada do país tenha ficado estatisticamente estável frente ao trimestre móvel anterior, dois dos dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua mostraram crescimento, no período: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,4%, ou mais 260 mil pessoas) e Construção (3,4%, ou mais 249 mil pessoas). Houve redução em dois grupamentos: Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (1,4%, ou menos 274 mil pessoas) e Serviços domésticos (2,9%, ou menos 165 mil pessoas), com estabilidade nos demais.
Em relação ao mesmo trimestre móvel de 2024, a ocupação aumentou em dois grupamentos: Transporte, armazenagem e correio (6,7%, ou mais 371 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,9%, ou mais 724 mil pessoas). Houve redução no grupamento de Serviços domésticos (5,1%, ou menos 301 mil pessoas) e estabilidade nos demais. Adriana observa que “nesse terceiro trimestre, a queda no número de trabalhadores ficou concentrada no Comércio (segmentos de alimentos/bebidas; vestuário e calçados) e serviços domésticos. Parte dessa perda foi compensada pela a expansão de trabalhadores na Agropecuária e Construção, o que contribuiu para a estabilidade da população ocupada total”.
Informalidade fica estável e número de trabalhadores com carteira renova recorde
No trimestre encerrado em setembro, a taxa de informalidade foi de 37,8% da população ocupada, ou o equivalente a 38,7 milhões de trabalhadores informais, repetindo os 37,8 % do trimestre móvel anterior. No entanto, esta taxa ficou abaixo dos 38,8% (ou 39,2 milhões de trabalhadores informais) do trimestre encerrado em setembro de 2024.
O número de empregados do setor privado com carteira de trabalho assinada renovou seu recorde, chegando aos 39,229 milhões e mostrando estabilidade no trimestre. Na comparação anual, esse contingente cresceu 2,7% (mais 1,0 milhão de pessoas). Já o número de empregados no setor público (12,8 milhões) ficou estável no trimestre e subiu 2,4% (mais 299 mil pessoas) no ano.
Pelo lado da informalidade, o número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) ficou estável no trimestre e recuou 4,0% (menos 569 mil pessoas) no ano. Já o número de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) também ficou estável no trimestre e cresceu 4,1% (mais 1 milhão) no ano.
Massa de rendimento dos trabalhadores é novamente recorde: R$ 352,3 bilhões
A massa de rendimento médio real bateu novo recorde, chegando a R$ 354,6 bilhões com estabilidade no trimestre e alta de 5,5% (mais R$ 18,5 bilhões) no ano.
Já o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi recorde, ficando estatisticamente estável no trimestre e crescendo 4,0% no ano. Na comparação trimestral, apenas uma categoria de ocupação teve aumento no rendimento: Alojamento e alimentação (5,5%, ou mais R$ 122), com estabilidade nas demais.
Frente ao trimestre de julho a setembro de 2024, houve aumento em cinco categorias: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (6,5%, ou mais R$ 134), Construção (5,5%, ou mais R$ 145), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,9%, ou mais R$ 184), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,3%, ou mais R$ 199) e Serviços domésticos (6,2%, ou mais R$ 79). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
Adriana Beringuy observa que “mesmo em estabilidade no trimestre atual, a massa de rendimento registra valor recorde devido a ganhos de rendimento real e expansão do contingente de trabalhadores alcançados no primeiro semestre de 2025”.
Mais sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitorar a força de trabalho do país. Sua amostra corresponde a 211 mil domicílios, distribuídos pelos 26 estados e o Distrito Federal, que são visitados a cada trimestre. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na coleta da pesquisa, integrados à rede de mais de 500 agências do IBGE.
Em função da pandemia de Covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020. Em julho de 2021, houve a volta da coleta presencial.
É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.
Consulte os resultados da PNAD Contínua Mensal no Sidra. Sua próxima divulgação, referente ao trimestre encerrado em outubro, será em 28 de novembro.
 
			        