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O estresse é um velho conhecido da vida moderna. Em meio à correria do trabalho, às pressões cotidianas e à dificuldade de equilibrar as demandas pessoais e profissionais, sentir-se sobrecarregado se tornou quase inevitável. No entanto, especialistas alertam: o que parece apenas um desconforto passageiro pode ter relação direta com os hábitos à mesa. A informação é do jornal “O Globo”.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, com cerca de 9,3% da população sofrendo de ansiedade patológica. Embora a ansiedade seja uma resposta natural do organismo, em excesso ela se transforma em transtorno — e o estresse está entre os principais gatilhos.
Alimentos que aumentam o estresse
Dietas ricas em açúcar, frituras, gorduras saturadas e ultraprocessados estão entre as maiores vilãs. Segundo a nutricionista Priscilla Primi, mestre pela Faculdade de Saúde Pública da USP, esses alimentos são pró-inflamatórios e afetam a produção dos chamados hormônios do bem-estar.
“Quando a dieta é pobre em nutrientes e rica em produtos industrializados, o corpo produz mais substâncias inflamatórias e menos neurotransmissores ligados ao humor e à disposição”, explica.
Alimentos que reduzem o estresse
Por outro lado, uma alimentação equilibrada — com frutas, legumes, grãos integrais e gorduras boas — tem efeito protetor sobre o sistema nervoso. Esses alimentos fornecem nutrientes essenciais para a produção da serotonina, neurotransmissor que regula o humor, a ansiedade e o sono.
Conheça alimentos antiestresse indicados por médico e nutricionista
Veja alguns dos principais aliados:
- Banana, leite, feijão, ervilha e proteínas animais: ricos em triptofano, aminoácido essencial na produção de serotonina.
- Abacate, linhaça e peixes de água fria: fontes de ômega 3, gordura boa que protege o cérebro e melhora o humor.
- Castanha-do-pará: excelente fonte de selênio, mineral associado à disposição e à redução da fadiga.
- Semente de abóbora: contém zinco e triptofano, importantes para o relaxamento e a qualidade do sono.
- Chocolate amargo (70%), frutas vermelhas e vegetais verde-escuros: ricos em flavonoides antioxidantes, que combatem o estresse oxidativo e favorecem a liberação de dopamina e endorfina.
 Frutas cítricas: como laranja, acerola e kiwi, são fontes de vitamina C, que ajuda a reduzir o cortisol, o hormônio do estresse.
- Chás de camomila e melissa: contêm flavonoides com efeito calmante e auxiliam no sono.
- Chá verde e matchá: fontes de L-teanina, aminoácido que estimula serotonina e dopamina.
- Ovos e amendoim: ricos em vitaminas do complexo B, que regulam o sistema nervoso.
Intestino: o segundo cérebro
Os especialistas também destacam o papel da saúde intestinal no controle do estresse e da ansiedade.
Uma microbiota desequilibrada — condição conhecida como disbiose — pode causar sintomas como inchaço, dor abdominal, alterações de humor e cansaço excessivo.
“A maior parte dos hormônios que regulam o humor é produzida no intestino. Quando há desequilíbrio da flora bacteriana, essa produção é prejudicada”, explica a endocrinologista Deborah Beranger.
Para manter a flora intestinal saudável, a recomendação é investir em uma dieta rica em fibras, frutas, verduras e grãos integrais, além de incluir probióticos, encontrados em alimentos como iogurte natural, kombuchá e kefir.
“Melhorar a flora intestinal é melhorar o bem-estar como um todo”, conclui a endocrinologista.
 
			        