O Amapá enfrenta mais um problema na gestão de serviços essenciais: a emissão da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) está muito abaixo da demanda da população. Segundo dados do governo federal, a média diária no estado é de apenas 11 carteiras emitidas por dia, um ritmo que tem deixado centenas de cidadãos sem o documento atualizado por meses.
A CIN passou a substituir o antigo Registro Geral (RG) no Brasil em 2023 e chegou ao Amapá em agosto de 2024, com a promessa de modernização e mais segurança. Na prática, no entanto, a população se depara com atrasos, falta de estrutura nos postos de atendimento e ausência de respostas claras do governo estadual.
Um exemplo é o caso de Paullyna Figueiredo, de 22 anos, que solicitou a nova identidade em janeiro junto com o pai. Até agora, nenhum dos dois recebeu o documento. “O prazo era de 45 dias, mas já se passaram meses. Fui várias vezes ao posto e nunca deram uma resposta definitiva. Fiquei sem documento atualizado e sem conseguir resolver coisas simples”, relatou ao Bambam News.
Ela ainda revelou que precisou refazer as digitais em junho, aumentando ainda mais o desgaste. “Não posso abrir conta em banco com a identidade antiga. Meu pai também não recebeu a dele. Só tem a digital. É um absurdo”, desabafou.
Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública mostram que, em julho, foram emitidos apenas 632 documentos no estado, a maioria para jovens entre 15 e 19 anos. Em todo o país, mais de 30 milhões de brasileiros já possuem a nova carteira. No Amapá, apenas 341 carteiras foram entregues até agora — número considerado irrisório diante da demanda.
Enquanto a população sofre com a falta do documento, o governo do Amapá ainda não apresentou um plano emergencial para resolver o problema. O Bambam News questionou oficialmente o Estado sobre a lentidão no processo, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta.
A pergunta que fica é: até quando o cidadão amapaense vai pagar pela ineficiência do governo?




