Após a megaoperação mais letal da história do Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro (PL-RJ) afirmou que, entre os 132 mortos, apenas os quatro policiais seriam inocentes. No entanto, em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, admitiu que até o momento não foram feitas as identificações dos cadáveres que estão no Instituto Médico Legal (IML). Além disso, ele e sua equipe também afirmaram que não verificaram quem entre os mortos tinha mandado de prisão na operação realizada ontem ou mesmo qualquer antecedente criminal.
Questionado sobre a base da informação para dizer que todos os mortos eram criminosos, exceção aos policiais, o secretário afirmou: “Todo o planejamento foi feito para retirar o conflito da área edificada da comunidade. Lá sim há uma grande quantidade de pessoas inocentes que moram e residem na comunidade. quando você retira isso você diminui a chance de ter alguém na área de mata até por conta do horário. Dificilmente quem trabalha vai estar ali numa floresta fechada a não ser que esteja a serviço da organização criminosa que domina aquele território. Por isso, essa é a base para dizer que os 115 mortos ou criminosos são criminosos”, admitiu o secretário.
Na coletiva, o secretário afirmou que foram apreendidos 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver. Ao todo, 118 armas, um número inferior ao total de pessoas mortas no confronto.
Sobre a checagem dos mandados de segurança e antecedentes criminais, ele respondeu à coluna que “a gente vai fazer esse tipo de pesquisa (antecedentes criminais), mas também não é o fato de eventualmente um desses criminosos não tenha antecedentes criminais vai fazer com que ele se torne vítima ou inocente”.
Santos ainda afirmou que “dentro de um contexto, a gente não consegue imaginar um inocente usando um colete balístico mesmo que ele não esteja com arma naquele momento. A gente não consegue ver um inocente usando um uniforme camuflado. Tudo isso são elementos que levam a crer”. Segundo ele, pelas dificuldades da operação e a violência do confronto “é inimaginável levar a perícia para o local”.