Casa EconomiaCaiu a grande ficha: a direita nunca fez nada que preste no Brasil

Caiu a grande ficha: a direita nunca fez nada que preste no Brasil

por Xico Sa
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Aqui do meio do mundo, na latitude zero de Macapá, tenho um pressentimento: a grande ficha está caindo? Vai cair?

O Congresso sentiu o bafo das ruas no cangote e aprovou, finalmente, a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, promessa de campanha do governo Lula.

Não é que a classe operária vai ao paraíso, como no irônico filme italiano dos anos 1970, porém é mais um avanço, pra variar, de uma gestão Lula, coisa de centro-esquerda.

E assim toda e qualquer mudança social significativa no Brasil desde 1.500 tem a mão de gestões trabalhistas. Poderia citar o 13º salário, férias remuneradas, aposentadoria etc etc.

A extrema direita é apenas é uma empresa de demolição de conquistas, só deixa escombros e ruínas, sob o manto dos falsos moralistas, os escrotos tipo Dr. Werneck, aqui lembrando o maior crápula da galeria de personagens de Nelson Rodrigues — da peça “Bonitinha, mas ordinária”.

Cairá a grande ficha?

A direita e o Centrão, bem sabemos, é aquela corja que aprovou a PEC da Bandidagem, você me entende. É a mesma turma que no governo Temer, deixo aqui só um exemplo, acabou com o Sicobe (Sistema de Controle de Produção de Bebidas), abrindo as portas para os drinques do inferno, com metanol, com Supremo, com tudo, sim, os tarados e obcecados do Estado mínimo.

Será que a ficha um dia vai cair, como no prognóstico genial da quadrinista Laerte?

A grande ficha resolveria de uma vez por toda, caro Jessé Souza, a questão do pobre de direita.

Em séculos, a direitona nunca entregou nada. Desafio o leitor a citar uma só conquista para a classe trabalhadora que tenha origem nos reaças.

Há de cair a grande ficha do orelhão da consciência. Nem que seja necessário dar aquela chacoalhada no aparelho.

Ao lado do cronista-mor da Cidade da Bahia, Franciel Cruz, na III Folia Literária do Amapá, indago sobre a ficha grande. Ele responde com Raul Seixas, seu oráculo, evidentemente: a classe trabalhadora e o dia em que a terra parou, a canção mais marxista já feita por um anarquista em todo planeta.

Depois de uma dança de rato e de uma coreografia de catita, Cruz blasfema, ainda voltado para as manifestações de rua que deram um nó no vento ideológico:

“A esquerda Íbis (a que cultiva a melancolia da derrota) tem que engolir essa vitória e esquecer de vez por todas essa retranca, a esquerda tem que ir pra cima, sem trauma de 2013, na responsa”, diz o autor de “INGRESIA: INGRESIA, CHIBANÇAS E SEISCENTOS DEMÔNHOS”, um dos melhores livros de crônicas da literatura brasileira.

Aqui no meio do mundo, bem na linha imaginária do Equador que divide os hemisférios, pressinto o barulho da grande ficha que completa a discagem direta como naqueles velhos telefonemas de domingo para nossas mães que moravam longe.

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