Casa EconomiaCaged: Emprego formal recua em agosto, mas saldo continua positivo

Caged: Emprego formal recua em agosto, mas saldo continua positivo

por Adriana Cardoso
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O Brasil registrou a criação de 147.358 empregos formais em agosto de 2025, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta segunda-feira (29). Apesar do resultado positivo, o número representa uma queda expressiva de 38,3% na comparação com o mesmo mês de 2024, quando foram geradas cerca de 239 mil vagas.

Esse também foi o pior desempenho para o mês de agosto desde o início da série histórica do Novo Caged, em 2020.

Veja o histórico recente para os meses de agosto:

  • 2020: -214,6 mil (vagas fechadas)
  • 2021: +387,8 mil
  • 2022: +288,9 mil
  • 2023: +219,8 mil
  • 2024: +239 mil
  • 2025: +147,4 mil

Entre janeiro e agosto de 2025, o país criou 1,5 milhão de empregos com carteira assinada, o que representa uma queda de 13,8% em relação ao mesmo período do ano passado (1,74 milhão de vagas).

Os dados do Caged são uma fotografia do cenário atual, com o efeito do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a política monetária mais restritiva, com a taxa básica de juros a 15% ao ano, o que impacta investimento das empresas, crédito e, consequentemente, o consumo das famílias.

Caged: Apesar da redução, saldo de empregos formais segue positivo

Mesmo com a desaceleração, o saldo de empregos formais segue positivo: ao final de agosto, o Brasil contava com 48,68 milhões de vínculos formais ativos, alta frente aos 48,55 milhões registrados em julho e aos 47,35 milhões de agosto de 2024.

A abertura de vagas em agosto se concentrou em quatro dos cinco grandes setores da economia, segundo o Caged. O destaque, mais uma vez, ficou com o setor de serviços, tradicional gerador de empregos formais no país.

A agropecuária, por outro lado, foi o único setor a registrar saldo negativo, com fechamento de postos de trabalho no período.

Regionalmente, o saldo de empregos foi positivo em quatro das cinco regiões do Brasil, mantendo a tendência de geração de vagas relativamente dispersa, ainda que em ritmo menor do que nos anos anteriores.

Salários

O salário médio de admissão em agosto foi de R$ 2.295,01, valor que representa um aumento real em relação ao mês anterior (R$ 2.282,31) e também na comparação com agosto de 2024 (R$ 2.275,42).

O avanço, embora modesto, aponta para uma recuperação gradual do poder de compra dos trabalhadores formais no momento da contratação.

Caged x Pnad

Os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada. Por isso, não incluem trabalhadores informais ou autônomos.

Esse recorte difere da metodologia usada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulga a taxa de desemprego oficial por meio da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

No trimestre encerrado em julho de 2025, a taxa de desemprego ficou em 5,6%, o menor patamar desde o início da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.

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