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A idéia de estender uma gigantesca bandeira dos EUA durante um ato bolsonarista na avenida Paulista, em São Paulo, em pleno 7 de setembro — dia da independência brasileira — foi reivindicada por Patrick Folena, ex-assessor do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP). A informação é da jornalista Juliana Sayuri, do UOL.
Luiz Phillipe de Orleans e Bragança, Gustavo Gayer e Patrick Folena, em manifestação em São Paulo, em 2021 (Foto: Reprodução)
Folena é membro do movimento conservador Reforma Brasil, e segundo dados disponíveis na página de Orleans e Bragança no site da Câmara, entre fevereiro de 2024 e março de 2025, fez parte do gabinete de Luiz Philippe como secretário parlamentar. Durante esse período, recebia um salário de R$ 13,6 mil.
Conhecido como “deputado principe” e simpático à monarquia, Luiz Philippe de Orleans e Bragança é descendente da antiga família imperial. Ao ser procurado, o parlamentar disse, através de sua assessoria, “sempre defendeu a liberdade de expressão e o direito à manifestação pacífica”, e reforçou que Folena não tem mais vínculo com seu mandato.
Exaltação aos EUA
O ex-assessor do “príncipe que nunca foi” postou em sua conta no X (antigo Twitter) um vídeo da bandeira americana sendo esticada em uma rua residencial, no sábado (6), na véspera do ato, e fotos da mesma, num local que se parece com um quintal.
Bandeira dos EUA usada na manifestação (Foto: Reprodução)
A imprensa internacional destacou a exaltação aos EUA presente no ato teoricamente patriota dos brasileiros. O jornal The New York Times disse que a bandeira americana é o “novo símbolo” da direita brasileira.
Eduardo Bolsonaro (PL), que está a meses nos EUA, disse que a iniciativa foi em gratidão a Trump, que tem tido o Brasil como alvo de sua guerra tarifária, e repetidas vezes ameaçado a soberania brasileira.
Outros políticos, da esquerda e da direita, criticaram o uso da bandeira norte-americana numa manifestação no Dia da Independência do Brasil. Os deputados federais Pedro Campos (PSB-PE) e Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolaram um pedido de investigação na Polícia Federal. O pastor Silas Malafaia disse ao jornal Folha de S.Paulo que ficou “indignado” com a bandeira dos EUA.
No X, Folena retrucou Malafaia: “Que negócio é esse de proibir nossa bandeira gigante na manifestação? A bandeira foi feita na minha casa e muita gente gostou, e se você continuar dando uma de ditador levaremos uma 2x maior”.