Casa Economia‘Aqui não tem ladrão’, diz Ciro ao se filiar ao PSDB, em referência ao PT

‘Aqui não tem ladrão’, diz Ciro ao se filiar ao PSDB, em referência ao PT

por Amanda Prado
0 comentários
‘aqui-nao-tem-ladrao’,-diz-ciro-ao-se-filiar-ao-psdb,-em-referencia-ao-pt

Durante evento em Fortaleza, o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes oficializou nesta quarta-feira (22) sua filiação ao PSDB. Lideranças tucanas e representantes de partidos de oposição no estado estiveram presentes. O ex-senador Tasso Jereissati, ex-presidente nacional do PSDB, foi apontado como articulador do retorno de Ciro à legenda.

Sem confirmar candidatura ao governo do Ceará em 2026, Ciro afirmou que “o tempo da libertação se aproxima” e destacou que “morre pelo Brasil, mas mata pelo Ceará”. Ele também criticou a expansão das facções criminosas no estado e defendeu a necessidade de “reconstruir o futuro do Ceará”.

Entre os convidados estavam o deputado federal André Fernandes (PL-CE) e o ex-deputado Capitão Wagner (União), ambos nomes de destaque na oposição ao atual governo estadual, comandado por Elmano de Freitas (PT).

Durante o discurso, Ciro enalteceu André Fernandes, ao dizer que o deputado é um “jovem talento”. “Quero dizer muito obrigado pela honra de estarem aqui partidos com quem eu alimento muitas afinidades e algumas desavenças, que nós vamos amadurecer fraternamente. Eu tô falando de ti, André Fernandes, esse jovem talento”, falou, ao som de aplausos.

André Fernandes (PL) tem 27 anos e foi candidato à Prefeitura de Fortaleza em 2024. Ele chegou a disputar o segundo turno com Evandro Leitão (PT). Fernandes teve 49,62% dos votos, perdendo numa votação acirrada para Leitão (PT), que obteve 50,38% dos votos válidos.

Ciro ainda agradeceu o convite de Tasso Jereissati para “recomeçar sua vida pública” no PSDB e classificou o ex-senador como “o maior estadista cearense”. Ele afirmou ainda que “a traição e a ingratidão corroeram as possibilidades” de continuar no PDT, partido ao qual foi filiado por quase duas décadas.

Crédito: Jarbas Oliveira (P)/Folhapress

Ao comentar críticas por sua aproximação com políticos do PL, Ciro ironizou alianças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e alfinetou o PT. “Quando o Lula se elege, chama o José Alencar, do PL. Quando lançou a Dilma, chamou o Michel Temer. E quando quis se eleger novamente, chamou o Geraldo Alckmin, fundador do PSDB. Para eles, pode tudo”, disse.

Em seguida, dirigindo-se a André Fernandes, completou: “Podem trazer as diferenças. Aqui não tem ladrão. E lá?”, numa clara referência ao PT.

No cenário nacional, o ex-ministro voltou a atacar Lula, dizendo que o país vive “um lulismo eterno que quer se perpetuar no poder”, e defendeu a construção de “um grande caminho de reconciliação em torno de um projeto de nação”.

“Traição e ingratidão corroeram o PDT”, diz Ciro

Tasso Jereissati destacou o papel de Ciro na reconstrução do PSDB e anunciou que o ex-governador assumirá a presidência estadual do partido. Já o ex-prefeito de Fortaleza, José Sarto, ficará à frente do diretório municipal. “O Ciro tem duas missões fundamentais: ajudar a reconstruir um partido de centro, necessário ao Brasil, e resgatar o orgulho de ser cearense”, afirmou o ex-senador.

Histórico político de Ciro

Ciro Gomes iniciou sua trajetória política no final dos anos 1970, tendo passado por siglas como o PDS, PMDB, PSDB e PPS antes de se consolidar no PDT, onde foi candidato à Presidência em quatro eleições consecutivas (1998, 2002, 2018 e 2022).

No PSDB, ele foi filiado nos anos 1990, período em que ocupou o cargo de ministro da Fazenda no governo de Itamar Franco e, posteriormente, apoiou a candidatura de Fernando Henrique Cardoso.

O retorno ao partido marca uma reaproximação com Tasso Jereissati e sinaliza uma tentativa de reorganizar o campo de centro no Ceará.

você pode gostar