Índice
As proteínas se consolidam, cada vez mais, como protagonistas de uma linguagem alimentar, sendo fundamentais para o funcionamento do corpo humano e atuando na construção de tecidos, no metabolismo e na regulação de processos vitais em todas as fases da vida.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a ingestão adequada de proteínas de alto valor biológico é essencial para evitar a perda de massa muscular, especialmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas.
Apesar de sua importância, o déficit ainda é expressivo: mais de 10% da população mundial consome quantidades insuficientes de proteína, segundo o Relatório Global de Nutrição 2021. Esse cenário impulsionou o surgimento de alimentos fortificados, rótulos com alegações de “alto teor proteico” e a busca por fontes alternativas, como as microalgas, no contexto de uma nutrição mais sustentável.
Especialistas apontam três alimentos que se destacam pela qualidade, acessibilidade e valor nutricional das proteínas que oferecem. A informação é do jornal “La Nacion”, da Argentina.
Iogurte
Presente há milênios na alimentação humana, o iogurte nasceu de forma acidental no Oriente Médio, quando o transporte de leite fresco em sacos de pele de animais estimulava a fermentação natural. A partir do século XIX, o alimento passou a ser estudado cientificamente e ganhou espaço como símbolo de equilíbrio e saúde.
Rico em cálcio, gorduras boas, vitaminas do complexo B e minerais como fósforo e magnésio, o iogurte também se destaca pelo teor de proteínas de alto valor biológico. Segundo a nutricionista Milagros Sympson, essas proteínas contêm aminoácidos essenciais, como a leucina, importantes para o crescimento muscular e a regeneração dos tecidos.
Cem gramas de iogurte natural integral fornecem cerca de quatro gramas de proteína. Em dietas de controle calórico, o alimento ainda contribui para aumentar a sensação de saciedade, auxiliando no controle do peso.
Microalgas: o futuro sustentável da proteína
Com o esgotamento dos modelos tradicionais de produção de alimentos, as microalgas têm ganhado espaço como alternativa sustentável e altamente nutritiva. Capazes de realizar fotossíntese e crescer rapidamente em ambientes controlados, elas se destacam pelo elevado teor proteico, que pode chegar a 70% do peso seco em algumas espécies.
De acordo com o gastroenterologista Facundo Pereyra, certas microalgas, como a espirulina, possuem proteínas completas, comparáveis às de origem animal. “São uma opção viável para quem segue dietas à base de plantas”, explica ao “La Nacion”.
Além disso, esses organismos microscópicos são ricos em ômega 3 biodisponível, ferro e polifenóis, nutrientes que beneficiam a saúde cognitiva, ocular e digestiva. Pereyra destaca ainda seu potencial para atletas e idosos, devido à combinação de proteínas e compostos bioativos que favorecem energia e manutenção muscular.
Ovos: proteína completa e acessível
Versáteis e econômicos, os ovos continuam sendo uma das fontes de proteína mais acessíveis da dieta. Um único ovo contém cerca de seis gramas de proteína e 70 calorias, além de oferecer vitamina B12, riboflavina e vitamina D.
As proteínas presentes no alimento são compostas por todos os nove aminoácidos essenciais, aqueles que o corpo não consegue produzir e precisa obter por meio da alimentação. Essa característica torna o ovo uma das opções mais completas e equilibradas para o consumo diário.
Com a crescente valorização das proteínas e o avanço de alternativas sustentáveis, a tendência é que o cardápio global se torne mais funcional e diversificado. Entre tradição e inovação, o desafio está em garantir acesso a fontes nutritivas, acessíveis e compatíveis com um planeta em transformação.