O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou que cerca de 2.100 escritórios rurais serão reabertos nesta quinta-feira (23) para facilitar o acesso de agricultores e pecuaristas a US$ 3 bilhões em crédito liberados pelo governo de Donald Trump.
Nos últimos dias, pecuaristas criticaram a possibilidade de o governo aumentar as importações de carne bovina da Argentina, temendo prejuízos, enquanto produtores de soja reclamaram de um pacote de US$ 20 bilhões concedido a Buenos Aires, que poderia favorecer a venda de soja argentina para a China.
A medida ocorre em meio ao shutdown — a paralisação parcial dos serviços públicos federais — e busca amenizar o descontentamento do setor agropecuário, uma das principais bases eleitorais do presidente Trump.
O termo “shutdown” se refere à paralisação do governo federal dos EUA quando o Congresso não chega a um acordo sobre o orçamento. Durante esse período, apenas serviços essenciais continuam funcionando, como segurança pública, controle aéreo e fiscalização de fronteiras.
Apoio emergencial de Trump aos produtores
Segundo o USDA, cada unidade da Farm Service Agency (FSA) funcionará com dois servidores, mesmo durante a paralisação. Esses escritórios são responsáveis por liberar empréstimos rurais, seguros agrícolas e auxílios por desastres, entre outros programas.
Enquanto isso, milhares de servidores federais — como controladores de tráfego aéreo — continuam trabalhando sem receber salário devido ao impasse orçamentário.
Um funcionário da Casa Branca afirmou que os recursos virão da Commodity Credit Corporation, agência usada para estabilizar preços agrícolas. Parlamentares republicanos como John Thune, Chuck Grassley e John Hoeven, além de entidades como a Associação Nacional dos Produtores de Milho, elogiaram a iniciativa.
Por outro lado, democratas acusaram o governo de usar o setor agrícola como instrumento político na disputa com o Congresso, que mantém o orçamento travado desde 1º de outubro.