O Brasil fechou outubro com déficit nas transações comerciais com os Estados Unidos pelo décimo mês consecutivo, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O resultado mostra que o país importou mais produtos norte-americanos do que exportou, o que representa um cenário desfavorável para a economia brasileira.
As exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 2,21 bilhões em outubro — uma queda de 38% em relação ao mesmo mês de 2024.
Já as importações de produtos norte-americanos chegaram a US$ 3,97 bilhões, com alta de 9,6% no mesmo período. Com isso, o saldo da balança comercial ficou negativo em US$ 1,76 bilhão no mês passado.
Essa piora ocorre em meio ao “tarifaço” imposto pelo presidente Donald Trump, que elevou tarifas sobre parte das exportações brasileiras.
O último superávit do Brasil com os EUA foi registrado em dezembro de 2024, no valor de US$ 468 milhões. Desde então, o país acumula uma sequência de déficits.
Entre janeiro e outubro de 2025, o déficit total chegou a US$ 7 bilhões, um aumento superior a 400% em comparação ao mesmo período do ano anterior (US$ 1,38 bilhão).
Desde 2009, o Brasil tem mantido saldos negativos sucessivos em suas trocas comerciais com os Estados Unidos — o que já soma US$ 88,6 bilhões de déficit acumulado em 16 anos.
Resultado positivo da balança comercial veio do comércio com China, UE e Mercosul
Apesar da queda nas exportações aos EUA, o comércio com outros mercados apresentou bons resultados:
- China: +33,4%
- União Europeia: +7,6%
- Mercosul: +14,3%
Com isso, o saldo geral da balança comercial brasileira foi positivo em US$ 6,96 bilhões em outubro, o que representa alta de 70% em relação ao mesmo mês de 2024.
Esse foi o melhor desempenho para o mês de outubro desde 2023, quando o superávit chegou a US$ 9,18 bilhões.
Dados gerais da balança comercial
Em outubro, segundo o MDIC:
- Exportações: US$ 31,97 bilhões (+9,1% na média diária)
- Importações: US$ 25 bilhões (–0,8% na média diária)
No acumulado de 2025, o superávit comercial total está em US$ 52,4 bilhões, uma queda de 16,6% frente ao mesmo período de 2024 (US$ 62,8 bilhões).