Casa EconomiaClara Charf, militante histórica do PT e símbolo da resistência, morre aos 100 anos

Clara Charf, militante histórica do PT e símbolo da resistência, morre aos 100 anos

por Laura Kotscho
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Morreu nesta segunda-feira, aos 100 anos, a militante política Clara Charf (1925‑2025), uma das figuras mais importantes da história política recente do Brasil. Clara começou sua trajetória na Aliança Nacional Libertadora, onde conheceu Carlos Marighella, com quem se casou em 1947. Posteriormente, foi uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores, destacando-se pela defesa dos direitos das mulheres e dos trabalhadores.

Nascida em Maceió, Alagoas, Clara era a mais velha de três irmãos, filha de pais judeus russos que fugiram da Europa. Aos 21 anos, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e se engajou ativamente na militância política. Após o golpe militar de 1964, viveu momentos de intensa perseguição: seu marido se envolveu na luta armada contra a ditadura, tornando-se o inimigo número 1 do regime.

Clara Charf (à dir.) ao lado do marido Carlos Marighella (à esq.)

Após o assassinato de Marighella, Clara foi para o exílio em Cuba, naquele período em que o Brasil vivia sob o Ato Institucional número 5 (AI-5), que revogava todas as liberdades individuais. Desde o retorno ao país, manteve seu engajamento político, inclusive como candidata a deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores em 1982, quando recebeu cerca de 20 mil votos, sem se eleger.

Em 2005, passou a coordenar no Brasil o movimento Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo, e visava indicar coletivamente mil mulheres ao Prêmio Nobel da Paz daquele ano.

O velório e o sepultamento ainda não tiveram datas divulgadas.

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