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Indicação de Jorge Messias ao STF fica para a próxima semana

por Chico Alves
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Por Cleber Lourenço

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve adiar para a próxima semana o anúncio da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão está diretamente ligada a uma conversa pendente com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), figura-chave na articulação política do governo e responsável por conduzir o processo de sabatina e votação do indicado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A expectativa inicial era de que o encontro entre Lula e Alcolumbre ocorresse ainda nesta terça-feira (21), antes do embarque do presidente para Joanesburgo, onde cumpre uma série de compromissos internacionais. Segundo membros da articulação política do Palácio do Planalto, contudo, não há confirmação de que a reunião tenha acontecido, o que levou a uma reavaliação do cronograma dentro do governo.

Fontes próximas à Presidência relatam que a conversa entre os dois é considerada decisiva para definir o momento político mais adequado ao anúncio. A leitura é de que Alcolumbre mantém forte influência sobre a base no Senado e pode assegurar uma sabatina mais rápida e sem resistências, especialmente entre senadores independentes e da oposição moderada. Por isso, Lula quer evitar qualquer sinal de atropelo e prefere aguardar o retorno ao país para consolidar o apoio.

Com o adiamento, o anúncio oficial deve ocorrer após a volta de Lula ao Brasil, prevista para terça-feira (28). Interlocutores do Planalto afirmam que o presidente deve aproveitar os dias seguintes para alinhar os últimos detalhes da estratégia política, incluindo o momento de envio do nome ao Senado e a interlocução direta com lideranças partidárias.

Nos bastidores, a escolha de Jorge Messias é considerada irreversível. Atual advogado-geral da União, Messias é visto dentro do governo como um nome de plena confiança do presidente e com perfil técnico e político equilibrado. Sua trajetória na Advocacia-Geral da União e a passagem pela Casa Civil, durante o governo Dilma Rousseff, reforçam a percepção de que ele reúne experiência jurídica e capacidade de diálogo com o Congresso.

Senadores próximos a Alcolumbre avaliam que o nome de Messias não deve enfrentar resistência significativa, diferentemente de outros indicados recentes. Ainda assim, há uma preocupação do Planalto em evitar disputas paralelas ou tentativas de pressão sobre o Senado, o que explica a decisão de adiar o anúncio até que o terreno esteja completamente pavimentado.

A expectativa é que, após o retorno de Lula e o encontro com Alcolumbre, o governo inicie a última etapa do processo de formalização, com a preparação do decreto de nomeação e a definição da data da sabatina na CCJ. Até lá, a ordem é de discrição total sobre o tema dentro do Palácio do Planalto.

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