Por Chico Alves
Apoiadores de Jair Bolsonaro e empresários do agronegócio fizeram circular nas últimas semanas nas redes sociais a informação falsa de que haverá greve dos caminhoneiros nesta segunda-feira (20). O motivo da supposta paralisação seria o apoio à anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, o impeachment de Alexandre de Moraes e algumas postagens falam até em “queda do governo”. Ouvidos pelo ICL Notícias, representantes da categoria negaram que haja mobilização desse tipo.
“Isso foi espalhado por integrantes do agro com a extrema direita, querendo nos usar”, diz Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL). “Não acredito que a categoria vai se deixar manipular por uma pauta política”.
Litti não descarta que alguns empresários do agro paralisem seus caminhões para simular a greve de caminhoneiros autônomos, como aconteceu em outras oportunidades. “Podem retomar esse modelo, mas isso é fácil de detectar, a gente sabe onde eles atuam, conhece o perfil deles e o tipo de caminhão”, explica o sindicalista.
Walace Landim, o Chorão, presidente da Abrava
Para Chorão, caminhoneiros não vão se deixar manipular
Também o presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, conhecido como Chorão, desmente categoricamente que tenha sido convocada qualquer paralisação.
“Não vamos deixar usarem a categoria como massa de manobra,” afirmou Chorão, em vídeo distribuiído em grupos de WhatsApp. “Mais uma vez estão tentando usar caminhoneiros para manifestações. Não vamos compactuar com isso”.
Em algumas cidades de Santa Catarina foram distribuídos panfletos convocando para a greve e uma faixa foi estendida em uma passarela com o mesmo objetivo.
“Não desistiremos até NÃO LIBERTAREM o Presidente Bolsonaro”, postou no X o perfil bolsonarista Zelia Fabro 22, sem perceber que a frase defende, na verdade, a manutenção da prisão do ex-presidente.