O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, classificou como “muito produtiva” e “marcada por espírito construtivo” a reunião realizada nesta quinta-feira (16), em Washington, com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. O encontro contou ainda com as presenças do representante comercial da Casa Branca, Jamieson Greer, da embaixadora brasileira Maria Luiza Viotti, além de membros das equipes dos Departamentos de Estado, Defesa e da Embaixada do Brasil.
Segundo Vieira, as conversas foram pautadas por uma abordagem prática e objetiva, com foco na retomada das negociações bilaterais a respeito das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump a produtos importados do Brasil.
O tom do encontro, segundo ele, refletiu “a boa química” entre os presidentes Lula e Donald Trump em conversa telefônica realizada na semana passada. “Há disposição de trabalhar em conjunto”, afirmou o chanceler, ao destacar o início de um “processo negociador auspicioso”.
Mauro Vieira diz ter canal de comunicação direto com Rubio
Durante a reunião, o Brasil reiterou oficialmente sua posição — já transmitida por Lula a Trump — sobre a necessidade de reversão das medidas adotadas unilateralmente pelo governo norte-americano a partir de julho. “Isso exigirá, evidentemente, um processo de negociação que começará nos próximos dias”, disse Vieira, acrescentando que já está em curso a montagem de uma agenda de reuniões técnicas entre os dois governos.
O ministro também informou que manterá contato direto com o secretário Rubio para monitorar os avanços e estabelecer prazos para os próximos encontros.
Um dos objetivos centrais é viabilizar um encontro presencial entre Lula e Trump no próximo mês. Questionado se a reunião poderia ocorrer durante compromisso na Malásia, à margem da cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), Mauro Vieira ponderou: “Ainda não sabemos. Vai depender da coincidência das agendas. Até pode ser, mas é algo que ainda precisa ser estudado e preparado”.
Por fim, o chanceler destacou que o clima do encontro foi de “descontração e troca clara de ideias”, com “muita disposição das duas partes em construir uma nova agenda bilateral” voltada para temas específicos, como comércio e cooperação estratégica.