Casa Economia‘Não queremos uma guerra no Caribe’, diz Maduro após ameaça de invasão por Trump

‘Não queremos uma guerra no Caribe’, diz Maduro após ameaça de invasão por Trump

por Felipe Rabioglio
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Por Brasil de Fato

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse, na noite desta quarta-feira (15), que os venezuelanos querem paz, após o presidente estadunidense Donald Trump anunciar que considera realizar ataques terrestres contra o que ele chama de “cartéis” do país. Na prática, o governo dos EUA autoriza a CIA a conduzir ações letais na Venezuela contra governo Maduro.

“Não queremos uma guerra no Caribe”, disse Maduro em uma transmissão ao vivo pela teleSur da reunião do Conselho Nacional de Soberania e Paz, instalado em setembro, após os Estados Unidos deslocarem navios e aviões de guerra no Caribe, em frente às águas venezuelanas.

“Ante a escalada de guerra psicológica diária, de ameaças, de notícias, de declarações, de vídeos, há uma grande vacina, vacina de todos os venezuelanos: o nosso Conselho Nacional de Soberania e Paz”, declarou o presidente da Venezuela.

Maduro disse ainda que as ameaças são “uma covardia que vem de Miami” e lembrou dos golpes militares no Chile e Argentina, que tiveram ajuda da CIA. “Não aos golpes de Estado promovidos pela CIA”, acrescentou.

O presidente venezuelano declarou que é preciso mostrar à opinião pública dos EUA as mentiras propagadas pelo governo de Trump. “Not war, just peace. É assim que se diz?”, ironizou.

Maduro encerrou seu discurso repetindo a mensagem: “Defendamos a paz, ganhemos a paz, preservemos a paz”.

Apesar do discurso, no mesmo dia, Maduro ordenou exercícios militares nas maiores comunidades do país. Sobre a ação, o presidente havia afirmado mais cedo que a mobilização busca “defender montanhas, costas, escolas, hospitais, fábricas, mercados” e comunidades “para continuar alcançando a paz”.

Escalada retórica de ameaças

As primeiras notícias sobre novas ações dos Estados Unidos contra a Venezuela foram publicadas primeiramente pelo jornal The New York Times, que informou que Trump autorizou a CIA a realizar ações secretas na Venezuela. Mais tarde, Trump confirmou a informação.

Para o cientista político Éder Peña, do Instituto Venezuelano de Pesquisas Científicas (IVIC), a mensagem é mais ou menos a mesma que vem rodando nas últimas semanas com a presença dos navios estadunidenses em mares do Caribe. “É como manter o tema no topo”, disse Peña.

A intenção, segundo sua análise, é trazer e manter informações inverídicas, como, por exemplo, a da presença de cartéis do narcotráfico na Venezuela.

“É mais um passo na escalada de ameaças, mas, na verdade, a CIA nunca deixou de organizar ações subversivas contra os países ‘inimigos’ dos EUA”, destaca o analista político do portal Venezuela Analysis, Ricardo Vaz.

Vaz lembra que a notícia, difundida pelo The New York Times, “sempre disponível para ajudar na política exterior norte-americana”, coincidiu com informações de dois bombardeiros no Mar Caribe, próximo à Venezuela.

Na opinião do analista, não há capacidade suficiente mobilizada para uma invasão terrestre dos EUA, mas a tendência é um aumento das ameaças e provocações. “As mensagens da Casa Branca se mantêm ambíguas, repetindo apenas estas acusações falsas de narcoterrorismo”.

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