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Haddad: ‘Brasil criou paraísos fiscais dentro da própria economia’

por Fernanda Fiot
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (10) que o governo está finalizando uma etapa fundamental da reforma tributária, que inclui a isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores com rendimento mensal de até R$ 5 mil.

A declaração foi feita durante um evento em São Paulo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde foi lançado um novo modelo de crédito imobiliário dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Na ocasião, Haddad também agradeceu à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) por uma nota publicada no dia anterior, na qual a entidade negou qualquer envolvimento em ações da oposição que barraram a Medida Provisória (MP) do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Segundo a Febraban, foi “notório” que as fintechs, “mais lucrativas e com maior base de clientes do que grandes bancos”, foram as principais responsáveis por atuar contra a MP. Haddad elogiou o posicionamento da federação e destacou a importância de deixar claro “quem é quem no debate sobre as reformas”.

Haddad: mudanças na tributação vão corrigir distorções históricas

O ministro ressaltou que o governo vem promovendo mudanças estruturais na tributação da renda, com o objetivo de corrigir distorções históricas e reduzir desigualdades.

“Estamos concluindo uma parte importante da reforma tributária sobre a renda. Eu não falo só da isenção dos trabalhadores que ganham até R$ 5 mil, mas falo também de outras medidas que desde 2023 foram tomadas com a cobrança de quem mantinha seus recursos em paraísos fiscais, fora do Brasil e dentro do Brasil. Porque o Brasil criou paraísos fiscais dentro da sua própria economia, não cobrando fundos fechados familiares que não pagavam imposto, numa anomalia que só acontecia no Brasil. Era uma jabuticaba que protegia os interesses do andar de cima, na cobertura do nosso país”, afirmou Haddad.

Durante o mesmo evento, o governo anunciou mudanças no crédito habitacional, ampliando o limite de financiamento de imóveis de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, com recursos da caderneta de poupança. O novo modelo estabelece taxas de juros limitadas a 12% ao ano.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também participou do lançamento e destacou que o novo formato ajudará a expandir o acesso ao crédito e a fortalecer a estabilidade financeira.

“Primeiro, conseguir maximizar e multiplicar esses recursos de poupança, culminado com os recursos de mercado, para que a gente possa ter mais recursos para as pessoas que hoje não têm acesso ao financiamento, de maneira que essa elevação da taxa não ocorra. Ou seja, que a gente tenha taxas competitivas de ofertas para as pessoas. E a gente resolve uma questão de estabilidade”, explicou.

Com as medidas, o governo Lula busca incentivar o crédito habitacional, estimular o crescimento econômico e tornar o sistema tributário mais justo e progressivo.

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