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Brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner é condenado a 10 anos de prisão

por Amanda Prado
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Por Brasil de Fato

Os dois réus acusados da tentativa de assassinato contra a ex-presidente argentina Cristina Kirchner em 2022 foram condenados nesta quarta-feira (8) a 10 e 8 anos de prisão, no final do julgamento deste caso que abalou a sociedade argentina.

O brasileiro simpatizante do nazismo Fernando Sabag Montiel, de 38 anos, foi condenado a 10 anos de prisão por tentativa de homicídio agravado com arma de fogo, pena que, somada a outras anteriores, eleva a condenação total para 14 anos, informou a juíza em um tribunal ao norte de Buenos Aires.

Sua então namorada, Brenda Uliarte, de 26 anos, deve cumprir oito anos de prisão por ter sido “participante necessária”, disse a juíza. Em 1º de setembro de 2022, Sabag Montiel se misturou aos apoiadores que saudavam a então vice-presidenta argentina (2019-2023) em frente à sua casa e engatilhou duas vezes uma arma contra a cabeça dela, sem que os projéteis saíssem.

Ele tinha antecedentes criminais por porte de arma branca, tatuagens com referências nazistas e seguia perfis de grupos radicais nas redes sociais. Durante busca e apreensão em sua casa, a polícia encontrou, além de profunda falta de higiene, munições e objetos fetichistas.Filho de argentina com chileno, Sabag nasceu no Brasil em 1987 e se mudou para a Argentina em 1983. Sua última entrada no Brasil foi em 2018. Mesmo sendo um imigrante, ele apareceu na TV argentina atacando os imigrantes do país.

Em suas últimas palavras antes de ouvir a sentença, Sabag se referiu a outros casos vinculados à política e evocou conspirações de forma confusa. “Todo este caso foi armado e isso é conhecido”, disse.

“Se pensam em me fazer desaparecer [com a prisão], é algo que precisam pensar porque não pode passar tranquilamente”, prosseguiu. Uliarte se recusou a falar.

Kirchner sob ataque

Ao longo do julgamento, iniciado em junho do ano passado, Sabag Montiel admitiu que quis matar Kirchner como “um ato de justiça”, pois, segundo afirma, ela “é corrupta, rouba e faz mal à sociedade”.

A Justiça absolveu um terceiro indiciado, Nicolás Carrizo, que tinha sido acusado de planejar o ataque. “Estes três anos ninguém vai me devolver”, lamentou Carrizo.

Kirchner, presidenta da Argentina entre 2007 e 2015, está atualmente em prisão domiciliar após ter sido condenada a seis anos de prisão e perder os direitos políticos permanentemente por administração fraudulenta na concessão de obras viárias durante seu mandato. Antiga líder da oposição, seu afastamento é visto como sendo político, em outro exemplo de lawfare usado contra governantes progressistas.

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