As contradições no mundo político estão em todos os lados. No início do mês de outubro, dois casos envolvendo integrantes e dirigentes políticos ganharam repercussão.
No Ceará, o prefeito de Ararendá proferiu palavras ofensivas e preconceituosas contra as religiões de matrizes africanas durante a inauguração de uma praça no município.
Prefeito de Ararendá, Aristeu Eduardo (PT)
O prefeito, que se identifica como cristão, associou de maneira desrespeitosa e preconceituosa as religiões de matriz africana à dissimulação, ao perigo e à maldade, proferindo frases como: “Esse povo se passa de ‘bem’ de manhã e à noite vai bater tambor nos terreiros de macumba”.
Já no Rio de Janeiro, acompanhamos o caso do professor da UFRJ que foi vítima de racismo por parte de um professor branco da mesma instituição e departamento.
Sabe o que esses casos têm em comum ? Em ambos, as pessoas que cometeram os crimes são filiadas a partido político que tem, em sua agenda, as pautas da luta pela promoção dos direitos humanos e da liberdade religiosa.
Assim, a contradição reside no fato de que muitas pessoas que se apresentam dentro de nicho partidário que promove tais pautas, não estão necessariamente levantando as bandeiras voltadas a tais propósitos.
Deste modo, podemos pensar que as bandeiras das lutas partidárias não representam alguns propósitos políticos e ações sociais de seus filiados.
Será então que alguns partidos políticos estão servindo de escudos para que não vejamos as verdadeiras máscaras: da intolerância, do racismo e da misoginia que seus integrantes carregam?
