Casa EconomiaJoesley Batista estaria por detrás da ‘química’ entre Lula e Trump

Joesley Batista estaria por detrás da ‘química’ entre Lula e Trump

por Adriana Cardoso
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O empresário Joesley Batista, um dos sócios da J&F Investimentos, o maior grupo empresarial do Brasil, teve uma audiência privada com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, cerca de três semanas antes do republicano fazer um gesto público de aproximação ao presidente Lula (PT), durante a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). As informações são de reportagem da Folha de S.Paulo.

A conversa, segundo o jornal, tratou do tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros, como a carne bovina — setor de interesse direto da JBS —, e também sobre a taxação da celulose.

Joesley defendeu a resolução das disputas comerciais por meio do diálogo entre os governos, em linha com o esforço de bastidores que vem sendo articulado por grandes empresários brasileiros. A JBS não comentou oficialmente o encontro; a Casa Branca também não respondeu.

A aproximação de empresas ligadas a Joesley com Trump data do início da segunda administração do republicano. Marca da JBS, a Pilgrim’s Pride fez a maior doação individual de uma empresa para a cerimônia de posse de Trump em 2017: US$ 5 milhões, de acordo com relatório apresentado à Comissão Federal Eleitoral (FEC, na sigla em inglês).

Movimento de Joesley abre caminho para aproximação entre Brasil e EUA

O movimento de Joesley não é isolado. Em setembro, empresários como João Camargo (Esfera Brasil) e Carlos Sanchez (EMS) também foram a Washington para reuniões com parlamentares republicanos e assessores próximos de Trump, como Susie Wiles.

Além do setor privado, entidades como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) também se engajaram em conversas com autoridades do Departamento de Comércio e do USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA).

A ofensiva empresarial coincide com a retomada do diálogo entre Trump e Lula. Segundo o presidente americano, houve “química” com o petista — um gesto incomum, dado o histórico de confrontos ideológicos.

O alívio tarifário sobre a celulose, decretado por ordem executiva em 5 de setembro, foi interpretado por fontes do setor como resultado direto da atuação do lobby empresarial brasileiro.

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