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O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um novo inquérito que coloca Jair Bolsonaro (PL), três de seus filhos e 20 aliados na mira da Polícia Federal. A decisão foi assinada pelo ministro Flávio Dino, que acolheu pedido feito a partir das conclusões da CPI da Covid, instaurada em 2021. O grupo é suspeito de incitar a população a desrespeitar medidas sanitárias e adotar condutas nocivas ao enfrentamento da pandemia.
Entre os investigados estão o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), além das deputadas Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF). Ex-ministros do governo Bolsonaro, como Onyx Lorenzoni, Ernesto Araújo e Ricardo Barros, também foram incluídos na lista de alvos da apuração.
Dino destacou que existem elementos jurídicos suficientes para iniciar a investigação e fixou prazo inicial de 60 dias para diligências da PF. O relatório da CPI já havia apontado possíveis crimes não apenas de incitação, mas também suspeitas de desvios de verbas públicas, fraudes em licitações e contratos superfaturados com empresas de fachada.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, serão investigados por incitar a população a desrespeitar medidas sanitárias durante a pandemia (Foto: Reprodução)
Caso de Dino
O caso chegou ao STF ainda em novembro de 2021, após a entrega do relatório final da CPI. O processo passou pelas mãos de Luís Roberto Barroso e Rosa Weber antes de ser redistribuído a Dino. Em setembro de 2024, o ministro abriu espaço para que a PF e a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentassem manifestações.
Na época, a PF pediu formalmente a instauração do inquérito, com autorização para ouvir os citados e realizar outras diligências. Já a PGR havia aberto dez apurações preliminares sobre o caso, mas apenas quatro seguiam ativas até então — as demais foram arquivadas ou transferidas para outras instâncias.
O relatório da CPI recomendava o indiciamento de Bolsonaro e mais 65 pessoas, atribuindo ao ex-presidente nove crimes. Bolsonaro, por sua vez, rejeitou todas as acusações e chamou o documento de “absurdo”.