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Hugo Motta tenta empurrar anistia na calada da noite e sem texto definido

por Gabriel Anjos
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Por Cleber Lourenço

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), articula para que a urgência da proposta de anistia seja votada ainda nesta quarta-feira (17) em sessão noturna, sem que sequer haja um texto definido sobre o que estará em jogo. Fontes do Congresso relatam que a manobra pode incluir não apenas a urgência, mas também a votação do mérito, a exemplo do que ocorreu ontem com a chamada “PEC da bandidagem”.

O impasse central é que até agora não se sabe se o texto vai propor uma anistia ampla e irrestrita, uma redução de penas ou se trará impacto direto sobre Jair Bolsonaro e os líderes da tentativa de golpe de 8 de janeiro. A indefinição aumenta a tensão entre parlamentares e reforça a percepção de que se trata de uma votação conduzida às pressas e longe do debate público.

Presidente da Câmara, Hugo Motta (Foto: Agência Brasil)

Desde ontem está prometida uma reunião de líderes para discutir o texto. Inicialmente marcada para terça-feira (16), foi adiada para as 14h desta quarta, mas não aconteceu. Durante a tarde, Hugo Motta se reuniu com a deputada Carolina de Tone (PL-SC) e o deputado Zucco (PL-RS) para tratar do tema, enquanto o deputado Sócio assegurava que a urgência seria votada ainda hoje.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) afirmou que Hugo Motta já comunicou aos líderes que a reunião ficaria para o final da tarde ou início da noite. Até o fechamento desta reportagem, porém, não havia qualquer sinalização de início. Para Talíria, a possibilidade de votação na calada da noite seria “terrível” e configuraria “um duro ataque à democracia. Mais um”.

Nos bastidores, a avaliação é de que Hugo Motta tenta repetir a estratégia usada ontem, quando a PEC da bandidagem foi aprovada de madrugada, com destaques e manobras regimentais que ampliaram ainda mais a blindagem de parlamentares investigados ou acusados de crimes.

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