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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti, acusados de participação em um esquema bilionário de fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), faz parte da Operação Sem Desconto, que investiga descontos associativos ilegais em aposentadorias e pensões em todo o país.
Segundo a PF, os suspeitos são investigados por crimes como obstrução de investigações, ocultação e dilapidação de patrimônio. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal.
Careca do INSS é apontado como facilitador das fraudes
Antunes é apontado como lobista e facilitador das fraudes, enquanto Camisotti seria sócio oculto de uma das entidades envolvidas. O esquema funcionava por meio de associações de fachada, que cadastravam aposentados sem autorização, com assinaturas falsificadas, gerando descontos mensais indevidos nos benefícios.
As investigações indicam que empresas ligadas ao “Careca do INSS” recebiam os valores desviados e os repassavam a pessoas próximas às entidades fraudulentas e até a servidores do INSS. Só Antunes teria movimentado R$ 53 milhões, dos quais R$ 9 milhões foram transferidos diretamente para pessoas ligadas ao instituto. Em apenas 129 dias, ele movimentou R$ 12,2 milhões em contas bancárias.
A prisão ocorre um dia após a CPI do INSS aprovar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Antunes, convocado a depor na próxima segunda-feira. Para a PF, seu testemunho pode ser decisivo para desvendar o que é considerado um dos maiores esquemas já descobertos contra a Previdência Social.
A defesa de Antunes nega as acusações e afirma que as investigações não correspondem à realidade dos fatos.