Casa BrasilCrise na Saúde: Governador do Amapá corta braço direito em meio a investigação de fraude

Crise na Saúde: Governador do Amapá corta braço direito em meio a investigação de fraude

Exoneração do diretor do Hospital de Emergência, alvo de inquérito, é vista como manobra para blindar o governador Clécio Luís e conter danos políticos

por admin
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MACAPÁ – Em uma movimentação brusca para tentar controlar uma crise que ameaça sua gestão, o governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), exonerou nesta terça-feira (09) Emanuel Pantoja Martins, diretor do Hospital de Emergência de Macapá (HE) e um de seus principais homens de confiança na área da saúde. A demissão ocorre sob o fogo cruzado de um inquérito policial e de investigações do Ministério Público Estadual (MP-AP) que apuram supostas fraudes e irregularidades na unidade hospitalar.

A decisão, tomada às pressas, é interpretada nos corredores do poder como uma tentativa desesperada do Palácio do Setentrião de isolar o governador do escândalo e evitar que a lava-jato estadual atinja seu núcleo mais próximo. Fontes ouvidas pela reportagem confirmam que Clécio Luís já tinha conhecimento formal das denúncias contra Pantoja antes mesmo da abertura oficial do inquérito policial.

A permanência do diretor no cargo, mesmo após os alertas iniciais, era alvo de críticas ferrenhas de conselheiros de saúde, servidores públicos e representantes de sindicatos, que viam na sua gestão as fragilidades do sistema. A exoneração tardia, portanto, é encarada menos como uma ação de zelo e mais como uma reação à pressão que começava a ferir a base de apoio do governador.

Fragilidade Exposta e Alerta Político

A saída de Pantoja do comando do HE não apaga o incêndio, mas joga luz sobre as rachaduras na administração estadual da saúde. O caso expõe publicamente as fragilidades de uma gestão que manteve um homem sob investigação em um cargo de extrema sensibilidade, responsável por milhares de vidas.

O episódio acende um alerta vermelho para a estabilidade política de Clécio Luís. A demissão tenta criar um cordão de isolamento, mas a oposição e a opinião pública devem ampliar a pressão por respostas e responsabilizações que vão além de um único funcionário. A expectativa é de que os desdobramentos das investigações possam gerar ondas de choque ainda maiores, atingindo escalões superiores do governo nos próximos dias.

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